Na página anterior, vimos que cada nível, n, no átomo de hidrogênio está associado a uma energia dada pela fórmula
Nessa fórmula a energia é
dada em eletronvolt (eV), uma unidade muito usada nos processos
atômicos. A energia negativa indica que o elétron está ligado ao núcleo.
Nossa questão agora é entender a constante 13,6.
Essa constante é facilmente obtida a partir dos postulados de Bohr, mas
alguns dos conceitos de física envolvidos são do conhecimento de poucos
alunos do ensino médio. Para nosso objetivo aqui é suficiente saber que
ela depende da carga e da massa do elétron, da constante
dielétrica no vácuo e da constante de Planck, h.
Essa constante foi introduzida em 1900, por Max
Planck (1858-1947), quando ele apresentou a primeira hipótese da
quantização da energia, segundo a qual, no nível atômico a energia não
pode ter qualquer valor. Só existe energia com valores proporcionais a
essa constante. Essa hipótese marca o nascimento da teoria quântica. Os
valores dessa constante nos três principais sistemas de unidade são:
Entre seus postulados,
Bohr afirmou que as energias do elétron nas órbitas atômicas eram tais
que a passagem de um nível para outro só podia envolver energias que
satisfizessem a relação
Ou seja,
se o nível i é mais próximo do núcleo que o f, então o elétron terá que receber energia de uma radiação eletromagnética com frequência, f, tal que seu produto com a constante de Planck seja igual à diferença das energias.
por outro lado, se o nível i é mais afastado do núcleo que o f, então o elétron emitirá uma radiação eletromagnética com frequência, f.
Vamos agora usar esta fórmula para explicar as séries espectrais do hidrogênio, observadas no final do século 19, mais de uma década antes de Bohr apresentar seus resultados.